Zazen e Mokusô
ZAZEN
Esta expressão é composta por dois ideogramas:
Za – “Sentado(a)”, “sentar” etc.
Zen – “Meditação Budista”.
Assim sendo, Zazen literalmente significa “Meditação Budista sentada”.
Reparem na palavra “BUDISTA”!
MOKUSÔ
Esta expressão também é composta por dois ideogramas:
Moku – “Ficar em silêncio”, “parar de falar”, “silêncio” etc.
Sō – “Pensamento”, “ideia”, “conceito”, etc.
Assim sendo, Mokusō literalmente significa “Pensar em silêncio”.
Como já devem ter notado, há uma grande diferença entre “Meditação Budista Sentada” e “Pensar em silêncio”.
Enquanto que a primeira encerra a componente RELIGIOSA e implica habilitações religiosas por parte de quem a orienta, a segunda pode ser feita por qualquer pessoa (que é o caso da meditação feita nas Artes Marciais ensinadas no ocidente).
Mente vazia em Mokusô
Uma mente vazia livra-o da dúvida, do medo e da necessidade de cálculo ou concentração na técnica.
Você não é o que faz, você é o observador mas ao mesmo tempo faz tudo.
Quando você está no combate e vários atacantes lhe vem ao encontro, o estado de Mokusô lhe permite observar todos os movimentos dos oponentes e você os sente como partes de seu próprio corpo, em uma grande ligação harmônica. Aí é possível se defender e realizar técnicas eficientes.
Mokusô é o comando para a prática de meditação/internalização no Karatê. Geralmente realizado junto ao ritual de início e término da sessão de treinamento, é o momento onde se reflete sobre as ações antes do treinamento (o dia-a-dia) e dentro do treinamento (keiko). É um exercício deveras importante para acalmar o corpo e prepará-lo para iniciar uma nova prática. Numa prática mais ostensiva da meditação, o seu real objetivo pode ser alcançado, e este é o estado mental chamado Mushin (mente liberta).
A prática deve ser realizada de forma que busquemos esvaziar a mente de pensamentos, (mesmo que isso seja difícil, o objetivo maior leva a sucesso em tarefas não menos importantes) de imagens ou sons que circulem pela mente. No início deve-se colocar no ponto de vista do observador (como se fôssemos realmente um observador externo, como se assistíssemos a um programa de televisão), percebendo a gama de pensamentos que viajam pela mente. Com o tempo, após reconhecer estes pensamentos devemos procurar “deletar” aqueles que percebemos inadequados, mantendo apenas os que servem para a tarefa a ser realizada a seguir. Apesar de estarmos tratando de Karatê-Do, e por isso mesmo no momento em que nos propomos a meditar no início dos treinamentos buscamos preservar apenas os pensamentos relativos aos exercícios que praticaremos, não é menos importante “limpar” a mente de pensamentos inadequados em qualquer tarefa do dia que estivermos realizando. É esta falta de habilidade em nos concentrarmos e focalizarmos nossa atenção apenas no que é importante que diversas pessoas sofrem de “transtornos e atenção” e vários outros males da vida moderna.
Além disso, o ibuki (respiração) adequado é necessário. Assim, emprega-se em geral uma regra para aprender o ritmo que depois torna-se natural. Neste ritmo, inspira-se pelas narinas por quatro segundos, segura-se o ar por um segundo e expira-se pela boca por mais quatro, mantendo-se mais um segundo “esvaziado”. Pessoas com mais prática chegam a ficar até 10 segundos (às vezes mais) realizando as fases de expiração/inspiração, devido a seu elevado poder de ventilação pulmonar.
Durante a prática, a atenção deve se voltar para o fluxo de energia no hara (abdômen), e a postura deve ser a mais harmônica possível.
Fonte:
Nihon Karate Kyokai: https://www.instagram.com/nkk.rj